O que falar das mulheres?
- Thomas Kehl
- 8 de mar. de 2018
- 2 min de leitura
O que há para falar da mulher? Começo esse texto, com a ressalva de que, sendo homem, não tenho meios de poder falar de qualquer mulher, senão pelo que ouvi e li delas. O que escrevo, não é por elas, mas espero poder trazer à tona um pouco da complexidade que vejo do "ser mulher".
Dos relatos da mulheres, se ouvem coisas bonitas, mas também muitas coisas tristes e assustadoras acerca da vivência de ser mulher.
Quando o machismo, a misoginia, o assédio (nas suas mais variadas formas) e a violência são fatores que muitas precisam lidar diariamente, dá para começar a entender o quanto é preciso ser forte. E a cada dia, fico sabendo de mais e mais grupos de mulheres que encontram na união e na luta uma força a mais contra a avalanche de injustiças que recebem. Essa força se fez presente tantas vezes na história, nas mulheres que lutaram por direitos e na transformação do mundo em um lugar mais justo.
Mas ainda há muito a se fazer. É fundamental que os homens olhem para suas ações, palavras, ideologias e brincadeiras. Reflitam no sofrimento que cada gesto pode trazer. Dos relatos tristes que se pode ouvir, é uma mulher lamentando ao pensar na possibilidade de ter uma filha... Pois ela iria sofrer mais, pois tudo seria mais difícil.
A frase célebre de Simone de Beauvoir diz que "Ninguém nasce mulher, torna-se mulher". Ao que entendo, então não há de se deixar ser convencida do que é ser uma mulher por um homem, talvez nem mesmo por outra mulher... Pois é no caminho de cada uma que se faz quem é, através das lutas e descobertas, tristezas e alegrias, dos caminhos que escolhe.
Com toda essas batalhas que tantas mulheres encaram de frente, retomo a frase que toma cada vez mais força: Se for lutar, lute como uma mulher.

Imagem: Guerrilheiras Armênias, 1865. Por Augusto Bicalho.